21 de jun. de 2010

Algum dia...

Algum dia você acordará e perceberá o quão ignorante foi não ter me mantido junto a ti.

Arrepender-se-á por ter agido comigo com tamanha indiferença; por ter me paparicado com pouco caso; Por não ter me polido naquilo em que precisava ser aperfeiçoada;
Arrepender-se-á por ter me oferecido carinho insuficiente; Por teres agido como se eu fosse um ser insignificante; Por teres me dado respostas como “tanto faz”...

Algum dia, logo pela manha quando você acordar, sentira falta de algo em ti.
Então tu olharás em teu corpo com atenção e verás que seus membros estão todos ali. Olharás em tuas gavetas e notarás que tuas meias, cuecas e camisetas continuam como na noite passada. Abrirás a geladeira e, sem surpresa, a encontrará vazia.
Tu te dirigirás ao banheiro, seguirá o ritual matinal e quando estiveres pronto para mais um dia, ainda assim sentirá um vazio, uma falta indescritível, um pesar sem precedentes, uma sensação de dor, quase palpável...
Tu abrirás a porta e, sem vontade, olharás para fora. Ainda a procura de algo que lhe falta, tu te voltarás para o interior de teu lar e o sentirá frio. Mais uma vez procurarás e tudo no devido lugar estarás. Com uma vida a seguir, mas sem ter certeza ou vontade de ir, uma lágrima em teu rosto rolarás.

E nenhuma resposta haverá. Nenhuma justificativa para tamanho vazio encontrará.

Então perceberás o quão ingênuo e bobo foi não ter me mantido junto a ti.

Algum dia...