2 de jun. de 2010

NA CASA DA D. IRIS

É passar portão adentro e pronto, adeus mundo la fora. Nada se vê. Não ouve-se nada. Não que o mundo tenha acabado ou que os barulhos tenham cessado. É que ali a realidade é outra. Realidade nada virtual. É paupável. É “sentivel”. É vivivel.
Quer ver? Vou te mostrar!

A rede armada debaixo do pé de manga é um convite a sonolência. A lesera vai batendo só de olhar. Da janela da sala avistamos um limoeiro que de verde, passou ao laranjado. É tanto limão que a boca fica logo de água. E um pé de mixirica pocã se preparando para próxima safra. E um jabuticabeiro pronto pra frutificar.
No terreiro tem pé de hortelã, banana, cebola. Tem um abacateiro. E ainda galinhas ciscando, enrriquecendo o movimento.

Nessa casa tem calor de gente. Vou te mostrar. Tem um bebê, o Biel, que arranca risos da gente. Sua alegria a todos contagia em suas incansaveis descobertas. A moça da casa, jovem verdadeira, estridente, marcante. O filho caçula , uma figura errante, autêntico, atencioso e nada arrogante. O primogênito é agraciado cozinheiro. Suas mãos tilintam o fogão e o estômago de seus selecionados companheiros. D. Iris, anfitriã generosa, mãe amorosa, avó cuidadosa. E seu maximino, presença constante nos olhares, nas lembranças, na sabedoria em seus filhos plantada. Apesar de não estar mais lá.

Mas do que mesmo eu falava? Sim, dentro dos limites desta casa o mundo até pode, mas não consegue entrar. Sua personalidade é impossivel alterar. E caso você desfrute da incrivel oportunidade deste lar visitar, sera difícil não desejar voltar.

No próximo feriado, é bem capaz de na casa da D. Iris me encontrar.

Rubia RiGomes.